quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Copa do Nordeste terá novo formato de disputa com 16 times, pré-Nordestão e vices estaduais não terão mais vaga

A vida de clubes pequenos que quiserem disputar a Copa do Nordeste deve se tornar muito mais complicada já que a Liga do Nordeste prepara mudanças no formato de acesso e disputa da competição e que começarão a serem implantadas em 2018, sendo que em 2019 devem se tornar ainda mais rígidas.

A Copa do Nordeste, maior e melhor competição regional do futebol brasileiro, vai mudar em 2018 e voltará a ter apenas 16 times na fase de grupos, além disso terá uma pré-fase com mata-mata

Em 2018 a Copa do Nordeste terá  apenas 16 clubes na fase de grupos, sendo que apenas os campeões estaduais e os vices de PE, BA e CE estão garantidos, os outros quatro sairão de um Pré-Nordestão que será disputado por 8 equipes: os outros 6 vices de PI, MA, RN, AL, PB e SE e os terceiros colocados de Bahia e Pernambuco.

Distribuição das vagas para 2018:

-- > Todos os campeões estaduais (nove times);
--> Vice-campeões estaduais de Bahia, Pernambuco e Ceará (três);
-- > Vencedores de uma fase prévia, chamada Pré-Nordestão. Participarão os seis outros vice-campeões, além dos terceiros colocados de Bahia e Pernambucano. Daí saem quatro equipes, formando os 16 participantes.

Já para 2019 as mudanças são ainda maiores:

Continuam classificados os nove campeões estaduais. Bahia, Pernambuco e Ceará seguem com outra vaga automática, mas não serão mais os vices e, sim, os times desses estados em melhor colocação no ranking nacional, totalizando 12 equipes. As outras quatro vagas vindas do Pré-Nordestão serão disputadas num mata-mata com oito equipes. Essas oito vão obedecer o seguinte critério: os melhores colocados de cada estado (menos Ceará) também pelo ranking nacional.

Assim devem ser distribuídas as vagas da Copa do Nordeste em 2018 e 2019

Ou seja, em 2018 os vice-campeões estaduais disputarão um mata-mata(pré-nordestão) e a partir de 2019 não terão mais vaga na competição.

O objetivo da Liga é escancarado e é bom que seja assim, sem subterfúgios: garantir que os clubes mais importantes da região estejam na competição. A Liga percebeu o óbvio. O aumento para 20 clubes que ela mesmo promoveu fez baixar público, renda e qualidade técnica do torneio. Inchado, perdeu apelo e era preciso tomar alguma atitude.

O presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela vive seu penúltimo Nordestão no cargo. Apesar do estatuto permitir reeleição, ele garante que não mais comandará a entidade após 2018, deixando como legado um novo formato para a competição a partir de 2019.

O presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, durante o Tour da taça da Copa do Nordeste 2017 em Salvador, ele deixará a presidência da Liga em 2018 e quer deixar como legado um novo formato de disputa a partir de 2019 /
Imagem: A Tarde

Participando da turnê da Taça do Copa do Nordeste, que passou por Salvador nesta semana, o ex-mandatário do Vitória deu entrevista ao jornal A TARDE e falou sobre as mudanças no Regional.

-- Quais mudanças vocês estão estudando para a copa e por que elas ficarão para 2019?

Não tem como mudar para 2018 porque os estaduais já estão aí e nos regulamentos já vem dizendo quem vai se classificar. Mas para 2019 vamos precisar mudar o formato. Talvez garantir alguns times direto na fase de grupos e pegar terceiros e quartos colocados de cada Estadual e fazer um mata-mata antes da fase de grupos. É uma ideia, mas não tem nada fechado ainda. A ideia do novo formato é ter jogos mais atraentes desde a 1ª fase, com times de maior apelo popular.

-- O torneio já está na sua 5ª edição e só há um ano se consolidou em todas as TVs por assinatura. Mudar o formato agora não seria prejudicial?

Não vamos mudar a essência do campeonato, só vamos mudar o formato para melhorar a sua atratividade. Acho que não corre o risco do torcedor estranhar. Hoje, temos 20 times e se classificam o segundo colocado de três grupos. Se você tem um clássico no grupo, fica mais complicado para os dois passarem. Se você coloca 16 times com dois passando de cada grupo, fica mais garantido.

-- Por que as ações de divulgação da copa, como este Tour da Taça, ficam a cargo do Esporte Interativo? A Liga não poderia se envolver?

Porque quando chegamos ao acordo para retomar a copa ninguém acreditou na competição, só o Esporte Interativo, que decidiu bancar ela 100%. Se não fosse por isso, talvez o torneio não tivesse saído do papel. Então, nesses primeiros anos tudo o que o campeonato der de lucro ou de prejuízo ficará por conta deles, a Liga do Nordeste já sabe o que vai ganhar. Por isso, a parte de divulgação é toda por conta deles. A partir de 2018 será diferente, a Liga vai entrar como sócia do torneio. Aí, vamos ter que sentar com eles para negociar como ficará a divisão das receitas e como será dividida essa parte de marketing.

-- Por que a Liga não entrou como sócia desde o início? Além disso, a Liga não tem sequer funcionários. Como vai trabalhar a partir de 2018?

Porque a gente queria primeiro consolidar a competição, então vendemos tudo para o canal. Para que eu criaria uma estrutura para a Liga se o dinheiro não fica com ela, vai todo para os clubes? No ano que vem, quando a Liga for sócia, aí sim teremos que criar uma estrutura porque vamos ter que negociar patrocínio e fazer crescer ainda mais a copa.

-- Como ficaram as cotas da Copa do Nordeste deste ano?

São R$ 600 mil de cota na 1ª fase, 20% a mais do que em 2016. Quem passa para as quartas recebe mais R$ 450 mil, e para as semifinais mais R$ 550 mil. O campeão ganha mais R$ 1,25 milhão e o vice, R$ 550 mil.

(Obs: Os clubes de MA e PI receberão apenas R$ 330 mil na primeira fase, em 2016 foram 300 mil).

-- O Ceará não conseguiu vaga no Nordestão e foi disputar a Primeira Liga. Isso causou algum atrito?

Nenhum. Temos que olhar para a nossa competição, e não para a dos outros. Temos 12 datas e a Primeira Liga, sete. Pelo que sei, o Ceará não está recebendo cota nenhuma lá. Acho que a Copa do Nordeste se defende pelo seu valor de mercado. Temos tudo para mantê-la forte e não ficar se preocupando com as outras.

-- Na última semana, o presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho, criticou a copa dizendo que ela tira público do seu estadual. Como você recebeu essas críticas?

O Pernambucano era um campeonato chapa-branca, bancado pelo estado, e esse ano deixou de ser. Ele teve uma redução nos ingressos porque o governo bancava parte deles (através de um programa de troca de notas fiscais). Achei estranha essa posição e vou fazer uma reunião para saber o que está acontecendo. Deve estar querendo justificar e jogou para a gente a responsabilidade. Mas não tem risco disso interferir na copa porque temos um contrato garantindo ela até 2022, e ele vai ter que cumprir.

Fonte: Com informações do A Tarde e O Povo

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