quinta-feira, 28 de abril de 2016

Clubes querem Copa do Nordeste com apenas 12 times e Séries A e B; Piauí e Maranhão podem deixar de disputar

Redução para 12 participantes, disputa de turno único em pontos corridos para definir semifinais e adeus aos estaduais. Essas são as principais mudanças que os clubes cogitam para a Copa do Nordeste e estudam pôr em prática a partir de 2018. Eles se reuniram recentemente no Recife e firmaram o compromisso de brigar contra o prejuízo financeiro e, sobretudo, o desgaste gerado pelo atual calendário.

A "Orelhuda", a taça da Copa do Nordeste

Na linha de frente, estão Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza.

O Sport é um dos que assumiu a liderança no assunto. No encontro realizado na capital pernambucana, o time da Ilha do Retiro apresentou estudo que mostra ter percorrido mais de 40 mil km em todo o último Brasileiro. O Goiás, o segundo que mais viajou, acumulou 18 mil km na competição.

Esses desgaste é agravado por um cenário comum a todos: a maioria chega hoje com mais de 20 jogos ao final de abril. Por isso, um dos objetivos é deixar de disputar os campeonatos locais com o passar do tempo. A princípio, existem empecilhos nesse sentido.

Primeiramente, a briga com a federações, que, inclusive, se encontraram nesta segunda-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com essa pauta. Depois, os contratos de TV ainda em vigência dos estaduais - na Bahia, ele se encerra em 2020, enquanto que no Ceará e em Pernambuco, em 2018, por exemplo. E, por fim, o receio de que parte dos clubes recue por pressão nos bastidores.

Para aliviar o calendário e valorizar o seu principal produto, a proposta ainda inicial que se encontra na mesa é a seguinte: 12 clubes se enfrentando em turno único, semifinais e final.

Os clubes acreditam que isso valorizaria ainda mais a competição, principalmente facilitaria a chegada de novas empresas patrocinadoras.

O cálculo é de que o número de partidas sem os estaduais nos primeiros meses do ano seria derrubado praticamente pela metade.

Com acordos televisivos ainda a serem cumpridos, uma alternativa para os dissidentes seria deixar de disputá-los com seus times principais. Entre outros motivos, porque a carga de pressão por vaga nos campeonatos locais seria reduzida.

Nordestão com Séries A e B

O novo formato do Nordestão teria também como novidade a criação das Séries A e B.

Em sua primeira temporada, a Série A teria os seus participantes escolhidos a partir do ranking da CBF. Na B, que poderia vir a ser subsidiada com receita da elite, os estaduais serviriam como critério para acesso a cada ano. Seria uma reviravolta para as federações, que perderiam força.

O discurso dos clubes é de que o Nordestão não pertence a elas, portanto, não existe motivo para temer um mal-estar.

As filiadas defendem que o formato ideal com 16 clubes teria os nove campeões estaduais e os sete melhores do ranking de cada federação e não da CBF. A fase de grupos também passaria a ter três partidas em vez de seis. "Até apoio que a Copa do Nordeste possa ter menos times, porém, com o estadual como critério técnico", afirma Ednaldo Rodigues, da federação baiana.

Presidente da Liga do Nordeste descarta mudanças

O presidente da Liga Nordeste de clubes, Alexi Portela, afirmou que a entidade não tem conhecimento de discussões que envolvam mudanças no regulamento do torneio regional. O dirigente explicou a inviabilidade de alteração no sistema devido à existência de um contrato entre Confederação Brasileira de Futebol (CBF), federações da região, clubes e a empresa detentora dos direitos de transmissão da competição que mantém o preenchimento de vagas no Nordestão apenas através dos campeonatos estaduais. Alexi enfatizou que as regras estabelecidas têm um prazo de 10 anos, seguindo assim até 2022.

Alexi Portela, presidente da Liga do Nordeste
foto: Globo Esporte

Para Alexi, discussões sobre alteração no regional só depois de 2022.

- Não tenho conhecimento dos debates em torno de mudança. O que existe é um contrato para que o modelo vigente permaneça até 2022, assinados pela Confederação Brasileira de Futebol, federações participantes, pela Liga e os clubes - reforçou Alexi Portela.

Piauí e Maranhão podem ficar de fora a partir de 2018

A partir de 2015, a Copa do Nordeste ganhou mais quatro clubes, dois do Maranhão e outros dois do Piauí. Os estados não fazem parte da divisão geográfica da CBF, que coloca PI e MA na região Norte. Os representantes desses estados não tinham vaga no Nordestão, mas um acordo os acolheu de forma temporária. O contrato vai até 2017, período de avaliação desses times na competição.

A única alteração no regional que pode acontecer, segundo Alexi, é a saída ou a permanência dos dois estados. Isso será debatido após o fim do regional de 2017.

- O Piauí e o Maranhão tiveram concessões de participação pela Liga por três anos. Esse prazo termina em 2017 e os outros clubes da região irão definir se esses estados continuam ou não na Copa do Nordeste depois desse período. Acho que todos devem participar, mas são os clubes pertencentes à Liga que vão definir. Não decido sozinho - finalizou Alexi.

(Com informações do Espn, Globo Esporte e Futebol Interior)

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